por Paulo Ricardo Mubarack
Raras empresas capricham no treinamento de seus profissionais. Nas pequenas, o treinamento praticamente inexiste. Nas médias, é fraco e nas grandes é disperso. Com algumas exceções, este é o quadro, inclusive em alguns gigantes multinacionais.
Raras empresas registram organizadamente seus principais erros. Mesmo certificadas em normas ISO que exigem o registro, a análise e a solução de não-conformidades, a maioria das empresas de todos os portes tem dificuldades em descrever suas principais falhas, causas e ações corretivas e preventivas.
Treinamento deficiente mais registro inadequado dos principais erros é igual a erros grosseiros e perfeitamente evitáveis repetidos continuamente.
Tenho certeza de que a maior parte dos locais onde meus leitores trabalham se encaixa nos dois parágrafos escritos acima. O que fazer? A fórmula é simples: transformar os casos mais sinistros de erros da empresa em “cases” e incluí-los nos manuais de treinamento.
Dois problemas: não há cultura de registrar os erros e não há manuais de treinamento. Se não existem, crie-os. Você, gestor em qualquer nível, deve se convencer de que não há saída para evitar os erros grosseiros e repetitivos a não ser esta.
Atenção: a maioria dos principais erros das empresas não fica registrada. Como esperar que, daqui há pouco, os erros não sejam repetidos?
A maioria das consultorias, especialmente as que implantam ISO, não destaca a diferença entre manuais de treinamento e instruções de trabalho. São criados documentos híbridos que nem são instruções nem servem para treinamento. Treinamento é detalhe e deve ser extenso. No final, deve haver provas. Na aplicação, a eficácia do treinamento deve ser acompanhada e comprovada.
Inclua nos seus manuais de treinamento os piores momentos da empresa. Um grande erro e um grande prejuízo precisam trazer retorno financeiro. Não deixe que eles se repitam. Pratique treinamento extremo e use como o material mais rico os próprios erros. Não permita que a empresa tenha pudor e não queira mais falar ou lembrar-se das suas falhas mais crassas. Elas devem se tornar pontos de referência na organização e o treinamento deve ser uma das ferramentas para explorar a riqueza contida nos erros.
Paulo Ricardo Mubarack
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