O APAGÃO DOS NOVOS ANALFABETOS

Por Paulo Ricardo Mubarack


Segundo o dicionário Houaiss: analfabeto é aquele que desconhece o alfabeto; que ou aquele que não sabe ler nem escrever; que ou aquele que não tem instrução primária; que ou aquele que é muito ignorante, bronco, de raciocínio difícil: que ou aquele que desconhece ou conhece muito mal determinado assunto ou matéria.

Tenho assistido à luta titânica das empresas para contratar. Há muito mais vagas do que profissionais capacitados para ocupá-las. Pessoas sem qualificação técnica, com extensos currículos e muitos diplomas, mas com pouco conhecimento teórico e prático e sem as atitudes adequadas de um profissional. A maioria gente muito nova, alguns até mesmo arrogantes, que nada valem no mercado, mas que se acham “o máximo”. Vários não possuem a mínima etiqueta empresarial, têm vida pessoal desorganizada e parecem desconhecer fundamentos da ética e do respeito. Pouca fibra é outra marca registrada deste extenso grupo de incapacitados para o trabalho, muitos não conseguindo resistir às pressões do dia-a-dia. Vivemos um apagão de mão-de-obra.


O problema é grave e muitos empresários e executivos de RH já o perceberam há muito tempo. Estamos diante de um grande grupo de “novos analfabetos”. Mal sabem escrever ou ler, mal sabem falar ou ouvir. Não tem qualquer curiosidade científica, não leem livros, não assinam publicações técnicas, não consultam dicionários, não estudam, não treinam. Em uma palestra para um grupo de representantes comerciais, pessoas que vivem quase que unicamente da venda, todos admitiram que NUNCA participaram de um treinamento em vendas. Os novos analfabetos nem mais se dão ao trabalho de revisar a ortografia do que escrevem no Word. Ontem li uma proposta de um fornecedor de consultoria em TI para um cliente meu onde estava escrito “atender as suas ESPECTATIVAS”. Noutro dia, recebi um email de um advogado que se dizia “ANCIOSO” para comprar o meu livro. Em recente auditoria em uma fábrica, perguntei para um jovem engenheiro o que significava a variável k=2 escrita em um certificado de calibração que ele aprovou e ele me disse, mesmo tendo aprovado o instrumento: “nem desconfio...”. Gerentes não conhecem os indicadores de desempenho mais básicos para suas áreas e não os procuram nem no Google. Os novos analfabetos não têm ordem de grandeza. Leem muitas notícias rápidas nas manchetes da Internet e não conseguem entender o contexto destas notícias nem porque elas aconteceram ou as suas repercussões. Duzentas mil pessoas morreram no Haiti, mais de duas centenas morreram nas chuvas do Rio, um crime hediondo aqui e outro ali, fome na Índia, corrupção no Brasil. Mas e as causas? Nem pensar pensar nisto... Ah, em tempo: estes “profissionais”, os novos analfabetos, assumem ares de importância e sempre têm a opinião que ganham muito pouco...


Os novos analfabetos têm uma desvantagem em relação aos analfabetos antigos: não sabem que são analfabetos. Aqueles de então sabiam, estes de hoje não sabem. É a ignorância dupla, como diziam os gregos: eu não sei que não sei!


O que fazer? Oriento os empresários a selecionar profissionais com extremo rigor. Alguns me perguntam se isto não vai aumentar o valor da folha de pagamento. É claro que vai, mas vai também reduzir uma série de outros custos, oriundos da burrice e do relaxamento. Quem contrata gente ruim para pagar pouco ESTÁ INVESTINDO NA IGNORÂNCIA. Como disse um gerente em um cliente meu: “Quem deita com vira-lata, acorda com pulga”.


Paulo Ricardo Mubarack

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POR QUE NÃO SABEMOS ADMINISTRAR O TEMPO?

Por Paulo Ricardo Mubarack


Tudo o que precisamos ou queremos fazer depende basicamente de dois recursos: dinheiro e tempo. Saber administrar estes recursos é fundamental para que tenhamos êxito em nossa vida pessoal e profissional. O tempo é o recurso mais crítico. Ao contrário do dinheiro, não pode ser poupado, emprestado ou recuperado, ele simplesmente passa. Podemos ficar milionários aos setenta anos de idade, mas não podemos ficar mais jovens. Aprender a administrar o tempo é, portanto, tão ou mais necessário do que aprender a gerir dinheiro e, paradoxalmente, não se enxerga esta necessidade da mesma forma que enxergamos a necessidade de aprender a ler, escrever ou dançar. Colocamos nossos filhos em aulas de inglês, informática e jazz, mas sequer cogitamos colocá-los em um curso de administração do tempo. Raras são as empresas que treinam seus gestores para gerenciar bem o tempo. Quando muito, fazem-se pequenos treinamentos de duas horas sobre o assunto. A constatação mais grave: quem não aprende a administrar o tempo tem dificuldades muito sérias para administrar qualquer outro assunto. Conheço muitos empresários e executivos com baixo desempenho em suas empresas e carreiras, apesar de serem trabalhadores e competentes tecnicamente, porque não sabem gerenciar o tempo. E a pior notícia: nem desconfiam de que esta seja a causa!


Como administrar então este recurso tão crítico? Não vou ficar escrevendo aquelas listas intermináveis de dicas do tipo “liste suas tarefas e calcule o tempo dedicado a elas” etc. Se você quiser estas dicas de planilhas e cálculos, busque um curso. Este texto não tem este objetivo. Apenas vou orientá-lo a:


1. Defina claramente aonde você quer chegar e só gaste o seu tempo com coisas que o levem para lá.


2. Elimine IMPIEDOSAMENTE o resto.


A regra número dois significa entender que quanto mais sucesso você tiver, mais gente chata e interesseira vai querer conversar com você. NÃO OS RECEBA. Elimine até aquelas festinhas chatas na família, onde você perde tempo ouvindo parentes burros e fracassados que só falam besteiras. Elimine de sua vida qualquer situação ou pessoa que o puxe para baixo, que não acrescente nada e que sugue seu tempo, seu dinheiro e sua energia. Para nada adiantarão mil cursinhos sobre administração do tempo se você não entender as duas regras citadas anteriormente.


Se você não definir claramente suas METAS (regra número um) você não saberá exatamente o que eliminar e nem terá disposição para isto (regra número dois). Nosso cérebro precisa de instruções muito claras para conduzir adequadamente nossas ações. Se você não informar claramente sua meta para seu cérebro, ele vai se comportar como um piloto sem um plano de vôo: vai fazer você andar á deriva, sem rumo e consumindo muita energia.


As duas regras são o ponto de partida para você começar a administrar seu tempo. Cursinhos e planilhas vêm depois, como um bom complemento.


Paulo Ricardo Mubarack


051 81 82 71 12
mubarack@terra.com.br
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Eventos de GP

Seminário em Gerenciamento de Projetos de PMI-GO

Em breve, inscrições serão abertas!
Goiânia-GO
11, 12 e 13 de maio de 2010
Ver mais em http://www.pmigo.org.br/site/ .



 Submissão de artigos técnicos para CNGP 2010
O PMI Bahia inicia o processo de submissão de artigos técnicos para o Congresso Nacional em Gestão de Projetos, a ser realizado em Salvador, entre os dias 11 e 13 de agosto de 2010.
Profissionais interessados em submeter trabalhos originais sobre lições aprendidas, estudos de caso, soluções que abordem problemas reais, entre outros assuntos no domínio da área de gerenciamento de projetos e que se enquadrem em um dos tópicos do Congresso devem conferir as regras de submissão para envio dos artigos.
Confira o regulamento em http://www.pmiba.org.br/userfiles/Regras%20Artigo%20Tecnico_Versao2(2)_alt.doc .