Orçamento "extrapolado" pode atrasar robô que viajará a Marte

O Laboratório de Ciências de Marte (MSL, na sigla em inglês), um robô de exploração aperfeiçoado da Nasa, agência espacial americana, que pesa 1 t e tem previsão de lançamento para 2011, precisa de ainda mais dinheiro. O mais recente estouro de orçamento pode pela primeira vez atrasar outras missões da divisão de ciências planetárias da agência, que anda carente de dinheiro.
Os gastos com o robô já alcançam US$ 2,286 bilhões - 40% a mais do que a estimativa oficial de US$ 1,63 bilhão em 2006. Mas mesmo isso não é o suficiente. Em um "relatório de extrapolação" a ser entregue ao Congresso americano no final de julho, a Nasa dirá que a problemática missão, agora também chamada de Curiosity (curiosidade), precisa de US$ 15 milhões a US$ 115 milhões a mais do que a estimativa de US$ 2,286 bilhões.
A NASA até agora evitou atrasos e cancelamentos de outras missões atacando os fundos de desenvolvimento de tecnologia do programa para Marte. Mas oficiais agora estudam atrasos em duas missões planejadas à Lua. "O tempo para decisões difíceis é este", disse o chefe de ciências da Nasa, Ed Weiler. Ele deu a notícia a cientistas planetários em um encontro do comitê consultivo no dia 9 de julho, na sede da Nasa em Washington, D.C., ao lado de Jim Green, diretor da divisão de ciências planetárias, e do chefe do programa de Marte Doug McCuistion.
Questão escorregadiaO motivo do último estouro orçamentário está relacionado a motores, transmissões e controles aviônicos. Após mudarem de um lubrificante seco para outro líquido, engenheiros encontraram dificuldades para verificar a confiabilidade dos motores do braço robótico do laboratório de exploração.
Além disso, explica McCuistion, um novo problema foi recentemente descoberto: alguns dos instrumentos mais importantes - o conjunto de instrumentos para Coleta de Amostras em Marte - vão exigir o dobro da energia esperada, o que significa que o robô vai precisar carregar baterias maiores.
McCuistion afirma que não terá certeza do valor dessas últimas necessidades do robô antes de novembro, quando uma estimativa de custos independente for finalizada. Se os custos adicionais ficarem em torno dos US$ 15 milhões, McCuistion e Green acreditam que poderão manter a agonia restrita ao programa de Marte, cortando dinheiro de missões futuras a Marte em 2016, 2018 e 2020.
Mas se os custos extras tenderem mais para os US$ 155 milhões, a agência talvez precise atrasar o Explorador de Ambiente de Poeira e Atmosfera Lunar, um pequeno satélite com lançamento previsto para 2012, e a Rede Lunar Internacional, um sistema de estações robóticas de pesquisa lunar.
A agência também pode atrasar os trabalhos com o Novas Fronteiras, um programa de US$ 870 milhões que planeja missões para muitos locais do Sistema Solar e que há pouco abriu para propostas de concorrência. "Onde isso vai acabar?", pergunta Clive Neal, cientista planetário da Universidade de Notre Dame em Indiana e chefe do Grupo de Análise de Exploração Lunar da NASA. "Tudo está sendo prejudicado por causa de uma missão. Não estou nem um pouco satisfeito."
Grande demais para fracassarComo tantos grandes empenhos científicos, entretanto, o MSL talvez seja grande demais para fracassar. Em janeiro, após a Nasa decidir atrasar o lançamento do robô de 2009 para 2011, o comitê consultivo de ciências planetárias recebeu um excedente orçamentário de US$ 400 milhões, chocante e considerado definitivo. O comitê recomendou que a NASA prosseguisse com a missão e tentasse limitar os cortes ao programa para Marte.
No Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, Califórnia, o gerente de projeto Richard Cook foi substituído por Peter Theisinger, o antigo gerente de projeto para os robôs marcianos Spirit e Opportunity. McCuistion diz que vai ordenar em 2010 uma investigação independente sobre as "lições aprendidas".
Até lá, talvez a extensão dos danos nos planos de longo prazo da Nasa seja revelada. Weiler afirma que aparentemente a agência não conseguirá arcar com o lançamento de uma importante missão para a lua Europa, de Júpiter, prevista para 2020. Com o orçamento de tecnologia para Marte dizimado, uma missão de Retorno de Amostras de Marte sofrerá ainda mais atrasos. Tal missão, que custaria entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, provavelmente não começaria antes de 2024, afirma Weiler.

Lançamento do PMI Norte do Paraná

Instituição internacional sem fins lucrativos chega a Maringá com o objetivo de disseminar o conhecimento de gerenciamento de projetos para cidade e região. Estamos falando do Project Management Institute (PMI) que ainda neste mês irá inaugurar representação oficial em Maringá, chamada PMI Branch NP com atuação em todo o Norte do Paraná.
Os membros fundadores do PMI Branch NP convidam profissionais e estudantes da área de gestão e demais interessados a comparecer nesse importante acontecimento que será um marco na gestão de projetos para toda região. A entrada é de graça e as vagas são limitadas. Inscrições na página
http://www.branchnp.com.br/formulario/.

Oficina de Gerenciamento de Portfólio de Projetos

Realização: Six Sigma Brasil / B.I. Internacional
Público Alvo: Gerentes de Projetos e membros de equipe de projetos
Data: 5/8/2009 a 6/8/2009
Instrutor: José Finocchio Júnior
Local de realização: BI Internacional - Av. das Nações Unidas, 12551, 6° andar, Brooklin Novo
Valoração do Evento: R$ 1.600,00 - 16 PDU's

Inscrições: http://www.leansixsigma.com.br/default.asp?pg=18&treinamento=143

1 dos 18 segredos é o uso da ferramenta de Prediction Markets!!

por Jerry Useem

A Revista Época Negócios publicou em seu site no dia 07/07/2009 a matéria "18 segredos das melhores empresas do mundo: O que fazem para se diferenciar inovadoras como Microsoft, Google, Procter & Gamble, UPS, Southwest..." escrita por Jerry Useem.
1 dos 18 segredos é o uso da ferramenta de Prediction Markets!! O autor escreveu:
Se as chamadas prediction markets – bolsas de apostas em que se medem as possibilidades de eventos futuros – podem prever resultados de eleições presidenciais e de indicações ao Oscar com precisão, por que não usá-las em empresas para identificar seus próximos produtos em destaque? A resposta: é muito mais difícil utilizar a capacidade intelectual coletiva em relação ao potencial de mercado de um produto e outras questões de negócios fundamentais do que é prever o vencedor de melhor filme.
No entanto, a Microsoft está tentando encontrar a chave, e tem desenvolvido prediction markets como uma séria alternativa para moderar mecanismos de previsão. Todd Proebsting, diretor do Centro de Excelência de Software da Microsoft, iniciou uma série de prediction markets para medir de forma mais acurada quantos bugs um novo aplicativo pode conter e para determinar com mais precisão as datas de lançamento de produtos.
Em sua primeira tentativa, Proebsting escolheu 25 programadores e controladores de qualidade entre mais de 50 pessoas que trabalhavam testando um novo aplicativo para o Windows. Por meio de uma intranet, os trabalhadores podiam comprar ações para o mês que eles acreditavam que o produto seria lançado. As ações foram avaliadas em US$ 1 cada, e o engenheiro projetou uma conta com US$ 50 para financiar as apostas. Minutos após o lançamento da intranet, a compra de ações para um lançamento em fevereiro cresceu muito, enquanto a de novembro, a data de lançamento agendada, caiu a quase zero. Foi um choque para o diretor de projeto, que em todas as reuniões e boletins por e-mail só havia escutado elogios.
Expor tais falhas de comunicação atribui aos prediction markets ainda mais valor potencial nos negócios, diz Proebsting. “A comunicação cara a cara quebra isso e as opiniões são filtradas”, diz ele. “Os prediction markets mostram onde as falhas estão e permitem desviar-se delas.” Aqui, o gerente de projeto detectou problemas antecipadamente e evitou o estabelecimento de uma crise. Com base em tais resultados, Proebsting conduziu mais duas dezenas de predições de software. Cada uma delas, diz ele, previu de forma precisa a data de conclusão do projeto. Neste caso, qual é o próximo passo para essa tecnologia que nasce em Redmond? Daniel Ling, chefe de pesquisa da Microsoft, disse que isto é apenas algo que a empresa “continua a explorar”.

Eventos de Gerenciamento de Projetos no Rio de Janeiro. Estive lá!




Na semana de 21 à 26 de junho de 2009 aconteceram diversos eventos de Gerenciamento de Projetos no Rio de Janeiro. Tudo começou com o PMI - Mega Certification que organizado pelo PMI - GOC (Global Operation Center) discutiu com profissionais PMPs, PgMPs, CAPMs, PMI-SPs e PMI-RMPs sobre a certificação e o desenvolvimento da profissão de Gerentes de Projetos no Brasil e no mundo. O evento com aproximadamente 200 profissionais certificados e com a presença de Brian Weiss, Betsy e Liliana.



Brian Weiss, Vice President Product Management, provides overall leadership, planning and oversight of PMI’s worldwide products for organizations and project management practitioners. Certifications, standards, career framework, OPM3 Product Suite and the PMI’s Global Seminars and Global Congress program are within his area of responsibility.



No dia 24 de junho foi a vez do Leadership Meeting, uma oportunidade para todas as lideranças nacionais do PMI apresentarem suas idéias sobre a Integração Nacional entre os capítulos brasileiros, suas realizaçoes, além dos comentário, oportunidades de crescimento e desafios em seus estados. O evento contou também com as informações sobre o Planejamento Estratégico conduzida pelo Eduardo Espindola (Component Mentor Região 13 Brasil). Os representantes brasileiros também receberam as visitas de Bryan Weiss, Betsy e Liliana. Além do almoço de confraternização, no final do dia Brian Weiss apresentou a palestra “Transformando a Crise em Oportunidade... com o Gerenciamento de Projetos” para convidados e membros do conselho consultivo do PMI. Na foto abaixo as lideranças nacionais do PMI e os representantes do PMI-USA.Continuando com os eventos, nos dias 25 e 26 de junho foi a vez do 7º Encontro Nacional de Profissionais em Gerenciamento de Projetos que contou com a participação de 600 profissionais de todos os estados brasileiros. Além de excelentes palestras os representantes do PMI-USA comentaram sobre o processo de certificação. No evento foi assinado o convênio com o CREA-RJ representado pelo Presidente de instituição Agostinho Guerreiro e o Diretor de Comunicação Rodrigo Machado. Abaixo a foto da reunião de intenção realizada no CREA-RJ no início do mês de junho onde foram apresentadas as bases do convênio. Representaram o PMI-RIO o PAI-Presidente Anterior Imediato Angelo Valle e o Diretor de Comunicação Cláudio Quartaroli que estão ao lado do presidente do CREA-RJ Engenheiro Agostinho Guerreiro e do Diretor de Comunicação Rodrigo Machado, na foto acima.


Ambiente de trabalho: veja como lidar com pessoas problemáticas

Por Karin Sato – InfoMoney

"Em algum ponto de nossas carreiras, vamos trabalhar com indivíduos que são desafiadores, difíceis ou até mesmo o que eu chamaria de pessoas problemáticas... Podemos até achar que esses relacionamentos exigem estratégias muito diferentes".

O comentário é do especialista em Gestão de Projetos, Anthony Mersino, e consta no livro "Inteligência emocional para gerenciamento de projetos" (Ed. M.Books).

Segundo ele, se temos um problema com alguém, devemos explorar a possibilidade de estarmos causando essa situação. "Devemos fazer o máximo para o relacionamento funcionar. Não devemos jogar a toalha rapidamente e supor que o problema é com a outra pessoa. Dito isso, haverá casos em que esgotamos todos os esforços para construir um relacionamento com outra pessoa ou em que reconhecemos que a outra pessoa é fraca em algum ponto fundamental".

Partindo dessa premissa, ele conclui que haverá momentos em que teremos de reconhecer que nossos próprios esforços de construção de relacionamento não farão sentido quando estivermos lidando com certos tipos de personalidade.

Profissionais problemáticos

Existem muitos perfis de profissionais problemáticos. Veja algumas categorias descritas por Mersino:

  • Microgerentes e críticos: são pessoas que querem controlar ou criticar tudo que você faz. Normalmente, têm problemas de confiança, controle e delegação. A emoção básica deles é o medo. Pode ser impossível trabalhar com um microgerente se ele for seu chefe. Esse tipo de líder frequentemente verifica o que você está fazendo e dita o modo de fazer as coisas. Como membro da equipe ou colega, um microgerente ou crítico pode concentrar a energia em dizer aos outros o que fazer;
  • Profissionais desonestos: aqui entram desde aqueles colegas de trabalho que ocasionalmente disparam uma mentira aparentemente inocente, para se proteger de críticas, por exemplo, até os que mentem compulsivamente e podem até trapacear ou roubar. Esta categoria também inclui aqueles que agem de modo antiético ou pedem para você agir de forma antiética. As emoções básicas de funcionários desonestos podem ser raiva ou medo. Quando o desonesto é um membro da equipe, ele pode gerar conflito ao culpar os outros pelos problemas;
  • Homens das cavernas: a categoria dos homens das cavernas inclui valentões, viciados em poder e preconceituosos. Eles contam piadas de mau gosto ou escolhem indivíduos e implicam com eles. Podem achar que estão apenas se divertindo quando, na verdade, estão simplesmente tentando disfarçar a agressão com o humor. Normalmente são homens, mas algumas mulheres também se encaixam nessa categoria.

Como lidar com pessoas problemáticas

Para lidar com pessoas difíceis, o melhor é limitar-se ao trabalho e evitar confrontos diretos, afirma Mersino. Diferentemente de relacionamentos normais, nos quais queremos expressar nossos sentimentos, dizer a verdade e esclarecer a situação, quando lidamos com pessoas problemáticas, devemos evitar situações que nos deixariam vulneráveis.

Outra dica é: documente tudo. Se você acredita que está trabalhado com um indivíduo que representa riscos, faça tudo por escrito. Documente acordos, instruções, responsabilidades e obrigações. Isso pode ajudar você a se defender, por meio de provas. Uma terceira recomendação diz respeito à ajuda. Se você possui problemas com determinada pessoa, converse com seu gestor e peça orientação, ou ainda com o responsável pelo Recursos Humanos.

Além disso, se você encontrar um beco sem saída ao tentar construir relacionamentos doentios que podem sobrecarregá-lo e esgotá-lo, é importante sair de perto da pessoa que representa riscos ao seu dia-a-dia no trabalho. Se o problema for com seu gerente, busque outra oportunidade em outra área da mesma empresa. Se a situação for insustentável, considere ainda mudar de emprego. Mantenha intacta sua saúde mental.
Por fim, não leve nada para o lado pessoal. Algumas pessoas são fracas em pontos que não têm nada a ver com você. Elas podem ter inveja do seu talento e do desempenho excelente que apresenta no trabalho, ou ainda podem ter medo de você crescer demais na empresa. Mantenha isso em mente e não assuma a responsabilidade por problemas de relacionamento que foram criados.

Na espera da recuperação do mercado, foco deve ser na educação profissional

Por Flávia Furlan Nunes - InfoMoney

Com a crise, o emprego no Brasil registrou quedas nunca antes imaginadas para o ano de 2009. Para se ter uma ideia, no caso da indústria, houve recuo de 5,6% em abril, frente ao mesmo período do ano anterior, a maior retração deste 2001, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) começou a medir o emprego na indústria.
Os dados não são nada animadores. Mesmo assim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na segunda-feira (6) que o Brasil deverá gerar entre 500 mil e 700 mil empregos formais até o final do ano. Em resumo: a retração econômica realmente gerou desemprego, mas a promessa é de que novos postos serão abertos ainda neste ano. Enquanto isso, qual deve ser a atitude do profissional que perdeu o emprego?
Foco na educação
De acordo com o gerente de Marketing da S.O.S Educação Profissional, Sérgio Souza Carvalho Jr., com o colapso econômico, as duas frentes mais afetadas da estrutura organizacional foram o "alto escalão" e o pessoal do "chão da fábrica". "O funcionário sem qualificação foi demitido, assim como muitos diretores e gerentes".
Como cada vez mais as empresas exigem colaboradores capacitados, a realização de cursos num momento de desemprego pode significar uma melhor posição na retomada das contratações no mercado de trabalho. Em qualquer situação, a qualificação profissional será bem-vista pelos departamentos de Recursos Humanos. "Quem realmente quer fazer um curso de peso tem todas as condições de alçar voo na carreira e na vida pessoal", disse.
Mas, para isso, é preciso ter as finanças em equilíbrio. Afinal, o aprimoramento profissional pode custar caro. De acordo com o consultor de carreiras da DBM, Alexandre Nabil, o ideal é que o profissional tenha uma reserva referente a nove meses de trabalho, para pagamento de suas despesas, caso esteja sem emprego.
Para quem quer dar um novo rumo na carreira, essa pode ser a oportunidade para começar um mestrado ou partir para o doutorado, já que se terá mais tempo para estudar. No momento de retomada do mercado, você poderá contar com duas formas de atuação: tanto na área acadêmica quanto no mercado de trabalho.
Universitários
E para quem ainda está na faculdade, a alternativa pode ser o aprofundamento em uma nova língua, enquanto as vagas de estágio permanecerem escassas por conta da crise. Em julho, por exemplo, existem empresas internacionais que procuram estudantes para fazer um estágio de um mês remunerado.
Nos Estados Unidos, resorts, restaurantes e outros estabelecimentos em que a demanda aumenta nas férias de julho, quando é verão no hemisfério norte, procuram por estudantes brasileiros. Segundo o gerente da área de Experiência de Trabalho da STB, Samuel Lloyd, os empregadores norte-americanos identificam nos brasileiros características como empatia, facilidade de entrosamento e adaptação a novas culturas.
E essa é uma oportunidade de se aprimorar, já que, de acordo com Lloyd, programas como este proporcionam uma chance única para jovens dispostos a desenvolver competências por meio da experiência de trabalho remunerado durante as férias nos Estados Unidos.
"Além de administrarem o próprio orçamento e a moradia, enfrentarem desafios e cumprirem sua missão profissional, os estudantes voltam com uma bagagem cultural, histórias para contar, fotos e lembranças", afirmou.

É óbvia a importância de boas relações na empresa?

Tem-se falado muito da importância da competência em relacionamento interpessoal na organização para a liderança ética, motivadora, eficaz e sobre equipes sinérgicas. Tudo isso para melhorar os resultados da organização e torná-la mais competitiva. O discurso parece lógico e geralmente vem alicerçado por inúmeros argumentos aparentemente irrefutáveis. Portanto, a expectativa seria de que os livros editados na área, os treinamentos, as discussões acaloradas em congressos, os seminários e inúmeras outras ações nesse sentido seriam elementos provocadores de mudanças culturais e sociais significativas. Mas, isso não é o que se vê na prática da maioria das organizações. Há poucos dias, eu conversava sobre esse tema e alguém perguntou: “o que ocorre com os relacionamentos organizacionais, que pouco evoluem para serem saudáveis e maduros?” Essa pergunta gerou algumas reflexões as quais quero partilhar com você.Das empresas que não respeitam as leis básicas da responsabilidade social no seu ambiente interno, boa parte continua muito lucrativa e entre as melhores do setor que representa. Por que os executivos e líderes dessas empresas se esforçariam para mudar comportamentos, se os resultados finais estão bons? Nada conscientiza e provoca mais mudanças do que a experiência, isto é, a prática não assusta, portanto, não gera reflexão ou alarme. Pode ser que os mais atentos, aqui ou ali, percebam sinais de que esta falta de atenção para com os relacionamentos indique riscos futuros, mas “o time está ganhando”, e embora isso não seja sinal de que continuará nesse sentido, o ditado que afirma que “em time que está ganhando não se mexe” ainda é uma crença profundamente enraizada nas mentes empresariais.Outra questão relevante é levantada pela Dra. Betania Tanure, no seu livro Estratégia e Gestão Empresarial, quando afirma que os mais altos líderes das organizações não têm o devido senso de urgência da necessidade de mudar estas relações, por isso não estão convictos e apaixonados pelas mudanças. Então, não podem liderá-las em suas organizações. Neste contexto de resultados aparentemente razoáveis ela explica que o baixo desempenho da empresa acaba se tornando satisfatório, mesmo que tantos estudiosos afirmem que os resultados poderiam melhorar muito, se certas mudanças ocorressem.Outro fator importante nesta análise é a forte tendência cultural ao imediatismo em que vivemos. A maioria das pessoas parece entender o conceito de visão sistêmica como a “capacidade de ver a floresta, além das árvores”, ou seja, as conexões atuais do sistema. Mas, esta percepção é apenas parte do conceito. Outro aspecto fundamental é a capacidade de perceber esta complexidade também no tempo, por meio da análise de causas, ações atuais e suas conseqüências para um futuro próximo e distante. Analisando os relacionamentos na empresa sob o prisma do imediatismo, geralmente se esquece de observar o caminho evolutivo percorrido. Dessa forma, não há porque se preocupar. Porém, um olhar mais sistêmico notará que a evolução da percepção que o indivíduo tem do seu próprio poder e do seu grupo e suas decorrentes exigências vêm crescendo em progressão geométrica. Vale a pena fazer um passeio histórico e lembrar as mudanças ocorridas nas várias camadas sociais no último século, como o surgimento dos sindicatos, as greves, as nações que se tornaram independentes, as mudanças no universo feminino, as ações crescentes dos consumidores, ou, como informou o jornal Folha de São Paulo de 02/07/2006, referindo-se à Cia. Chubb de Seguros. Segundo a matéria, nos seis primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período em 2005, houve um aumento de 21% sobre as indenizações por assédio moral dos executivos.Uma outra situação que corrobora a dificuldade de melhorar os relacionamentos interpessoais é o fato de que isso depende de autoconhecimento e autogerenciamento, ou do que Peter Senge chamou, há pelo menos 16 anos, de Domínio Pessoal, como sendo a disciplina do crescimento e aprendizado pessoais para criar os resultados desejados na vida. Quantos líderes e executivos estão ocupados em desenvolver esta competência? Quantos têm noção clara de seus modelos mentais e conseguem mudá-los, quando importante? Quantos, diante de realidades estressantes, se mostram mais criativos do que reativos?Outra questão é que, sem dúvida, mudar dá trabalho. Quem já se propôs a mudar hábitos notou que há inimigos ocultos e fortes, quase imbatíveis. O dia-a-dia pleno de demandas urgentes e exigências de resultados, as forças inconscientes, com condicionamentos anteriores, ávidos por lhe protegerem contra riscos e quem sabe de outros fantasmas... Tudo isso parece atuar, às vezes, com muito mais convicção do que possui aquele que se esforça para alcançar novos níveis de autodesenvolvimento. E, quando alguém mal percebe, já se passaram mais alguns meses ou anos, sem que nenhuma mudança tenha acontecido. Propósitos são facilmente esquecidos; a conscientização se esvai como a areia corre com o vento; não se sabe porque, tudo continua como antes. É bom esclarecer que mudar exige planejamento, administração do tempo e de outros recursos, ações que reforcem a intenção continuamente e um nível de atenção maior, muito mais constante do que as pessoas costumam usar para as tarefas habituais.Nesta análise, algo me parece da maior importância: os que se sentem lesados nos relacionamentos organizacionais devem se conscientizar de que eles próprios são coniventes, ou seja, contribuem ativamente ou por omissão, para este processo. No nosso contexto cultural, boa parte das pessoas ainda não “exige” ser bem tratada, com igualdade, justiça, respeito e qualidade de atenção adequada. Muitas pessoas justificam e ainda acham “normal” ser destratadas ou desqualificadas por um chefe, um colega, pelas instituições, ou receberem um nível de atenção irrisório e continuar fazendo a sua parte, ou seja, se esforçando para gerar os melhores resultados para a empresa. Estas pessoas não percebem que esta base de comportamento, de uma parte e da outra, gera um “contrato de relacionamento”. Conseqüentemente, a evolução desta relação, diante do estresse ou de situações mais críticas, leva a mais hostilidade e desqualificação. Assim se constroem relacionamentos disfuncionais, com a participação dos dois lados.E, como se não bastassem estas causas, na nossa cultura infelizmente ainda existe o hábito de, primeiramente sofrer a perda, para depois pensar na prevenção.Não pretendo, com estas reflexões, esgotar os motivos de não se dar a devida importância à construção de mais relações saudáveis no trabalho. Contudo, acredito que vale a pena esforçar-se para compreender este tema em maior profundidade, porque é um desejo de muitos e um direito que pode ser conquistado por todos os que compreendem realmente os inúmeros benefícios que trazem à organização como um todo. Além disso, mantenho a esperança de que as organizações e seus profissionais despertem logo deste “subdesempenho satisfatório” para a excelência.Artigo da Dra. Elizabeth Zamerul, médica psiquiatra, escritora, consultora em RH, especialista em Coaching Empresarial e Relações Organizacionais. site: http://www.realizeosonho.com.br.