Neurociência ajuda a explicar e a combater o medo na liderança

Por Flávia Furlan Nunes - InfoMoney

Na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, um grupo de estudiosos tem usado a neurociência para ajudar na construção de uma liderança destemida.

Em palestra durante congresso da Sociedade Brasileira de Coaching, que aconteceu na terça-feira (10), o professor assistente da Escola de Medicina de Harvard e membro do NeuroBusiness Group, Srini Pillay, disse que o objetivo do grupo é entender a mente humana para descobrir qual o comportamento das pessoas no mundo dos negócios, inclusive daquelas que ocupam altos cargos.

"O antigo estilo de liderança tinha ligação com a hierarquia dominante. A nova liderança tem a ver com o sentir", explicou. "Se nós ignorarmos as emoções, estamos ignorando um insumo do pensamento que leva à ação".

O cérebro

De acordo com ele, o cérebro é constituído pelo subcórtex - que pode ser chamado de cérebro primitivo por responder pelos instintos humanos e pelos sentimentos - e pelo córtex - denominado novo cérebro e que diz respeito ao pensamento.

Os neurocientistas e neurologistas estão descobrindo cada vez mais que o sentimento é uma parte crucial da inteligência e, por isso, o subcórtex tem ganhado cada vez mais destaque. Com o intuito de entender a liderança, o grupo de Harvard se volta para a amígdala, presente no subcórtex, que é chamada por Pillay como o "cão de guarda do cérebro".

É nela que são registrados os medos das pessoas e, como a amígdala tem ligações nervosas com outras partes do cérebro, como o lobo frontal, que é responsável pela atenção, avaliação de risco e as tomadas de decisões, conclui-se que o medo consciente e inconsciente pode interferir na ação e, consequentemente, na produtividade dos líderes.

 
"O medo pode interromper o pensamento quando você o sente ou o causa. O medo inconsciente também afeta a amígdala. Como analisá-lo? Você pode usar o nível de ansiedade: se for alto, o cérebro pensante não está funcionando adequadamente", orientou Pillay.

Vencendo o medo

 
Segundo ele explicou, os líderes vivem cercados de medo: de demissão, recessão e da falha, só para citar alguns como exemplo, e o caminho para lidar com ele é criar um contexto para emoções positivas. "A amígdala 'late' assim que há algum sinal de medo. Se quiser usá-la para reverter a situação, traga uma emoção positiva bastante forte", aconselhou Pillay.

Confira abaixo outras orientações para administrar os medos por meio da neurociência:
  • Reoriente seu pensamento para o curto prazo;
  • Seja explícito sobre riscos e recompensas, para não dar liberdade ao cérebro tirar conclusões inconscientemente;
  • Reformule os objetivos atuais, impondo ideias positivas, recompensas e sucessos. "Ao transmitir essas informações para o córtex pré-frontal, a amígdala criará um ambiente mais propício ao cérebro, ajudando em vez de frustar.

10 coisas para aplicar hoje e ser um executivo melhor

Por Pablo Aversa, outubro 20, 2009


Listadas abaixo estão 10 coisas que você pode fazer e podem transformá-lo num executivo melhor. Escolha uma. Aplique hoje. Selecione outra para amanhã. Em 2 semanas você será um executivo melhor.

1. Selecione os melhores
Como executivo, você é tão bom quanto os integrantes do seu time. Ofereça a si mesmo melhores chances de alcançar sucesso selecionando os melhores, sempre.

2. Seja um incentivador
Nós humanos fazemos coisas porque queremos. Algumas vezes fazemos coisas porque as consequências de não querer fazer algo são desagradáveis. Entretanto, a maior parte do tempo queremos fazer coisas pelo que conquistamos através delas.
Não é diferente no trabalho: as pessoas fazem um bom trabalho ou pelo salário, ou pelo prestígio, ou pelo reconhecimento. Fazem um mau trabalho porque querem moleza (e ainda assim receber no final do mes). Trabalham duro porque querem impressionar alguém… Portanto, para melhor motivar sua equipe, descubra o que eles querem e como você pode lhes dar isso por fazer o que você quer que eles façam.

3. Desenvolva o Espírito de Equipe
Não é o suficiente que as pessoas estejam motivadas para alcançar sucesso no trabalho. Elas precisam trabalhar juntas em equipe para atingir o objetivo do grupo. Afinal de contas, se queremos apenas que todos façam o que tem que ser feito, não precisamos de você como gerente para moldá-los num time de alta-performance, certo?

4. Seja um líder, não apenas um gerente
Você montou o melhor time possível a partir das melhores pessoas disponíveis. Você os motivou a dar o melhor que eles já ofereceram. O que falta? Incentivar um time de nada vale a não ser que você proporcione direção, a não ser que você transforme essa motivação numa meta a ser conquistada e lidere a equipe em direção a ela. É a habilidade de liderar os demais que realmente separa um gerente de seus pares. Lembre-se que líderes são encontrados em todos os níveis da organização, portanto seja um deles.

5. Melhore como comunicador
Comunicação pode ser a única habilidade mais importante de um gerente. Afinal de contas todas as demais dependem dela. Você não pode ser um líder se não consegue comunicar sua visão. Você não pode motivar pessoas se elas não entendem o que você quer. Habilidades de comunicação pode ser aprimoradas atraves da prática.

6. Seja melhor na gestão de recursos
Para permancer num negócio, a empresa precisa dar resultados. Isso significa trazer dinheiro para dentro e significa gastar menos do que você traz. Dependendo de sua função na companhia, você pode ter mais influência numa área ou outra, mas você precisa entender ambos significados. Você pode ajudar sua organização, seus funcionários e a si mesmo melhorando suas habilidades em gerir os recursos da empresa.
Não se sinta desconfortável com os números ou pelo fato de se tratar de matemática (arghhh). Comece a aprender mais sobre gestão financeira.

7. Seja melhor em administração de tempo
A única coisa que no trabalho você possivelmente terá menos do que dinheiro é tempo. Quanto melhor você ficar em gestão de tempo – o seu e o dos outros - mais efetivo você será como gerente.

8. Aprimore-se
Não permita que o intenso foco sobre sua equipe faça você se esquecer de si próprio. Identifique as áreas nas quais você tem oportunidades e aprimore-as. O simples fato de você estar lendo este post mostra que você entendeu o conceito. Você precisa agora colocá-lo em prática.

9. Aplique ética na gestão
Escândalos do tipo Enron internalizaram definitivamente a questão do quanto é importante a ética no mundo corporativo.

10. Dê um tempo
Você será um executivo menos efetivo se estiver estressado. Você fica menos tolerante. Você fala rispidamente com as pessoas. Ninguém quer ficar perto de você. Dê um tempo. Se dê uma chance de relaxar e recarregar as baterias. Sua produtividade mais alta ao retornar vai mais do que compensar o tempo que utilizou para uma escapadela. Dê boas gargalhadas ou descanse em alguma praia.

No final das contas…
Gestão é uma habilidade que pode ser aprendida. Você pode melhorar como executivo dedicando-se todo dia a ser melhor. Marque esta página como uma de suas favoritas e volte todos os dias durante as proximas 2 semanas. Se você selecionar um tema a cada dia e trabalhar para aprimorar-se nesta área, você será um executivo melhor antes mesmo de se dar conta. E os outros também vão notar isso. E se quiser ir mesmo a fundo, pense na possibilidade de contratar um coach executivo.

QUAL É SUA PREMISSA?

Por Paulo Ricardo Mubarack

Por onde deve começar o planejamento estratégico de uma empresa? Normalmente, MBAs, livros e consultores recomendam que comece pela identidade organizacional (definição de Missão, Visão e Valores) ou pela determinação das metas para o próximo ano. Depois vêm a análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), fatores críticos de sucesso, desenho de cenários, simulações de receita e de despesas, elaboração de planos de ação (projetos, investimentos), análise de riscos etc. Tudo estaria muito correto se não faltasse o que sempre falta: a avaliação rigorosa e criteriosa das pessoas, do time que vai fazer tudo isto acontecer. Por onde deve começar o planejamento estratégico, portanto? Deve iniciar pela avaliação do time que temos ou que não temos. A estratégia precisa ser adequada ao time. Ou então a estratégia precisa de um novo time, mas a equipe deverá ser sempre o ponto de partida. Nunca vi alguém recomendando isto, a não ser Jim Collins no célebre livro Feitas para Durar, quando escreve: “...primeiro defina o Who, depois determine o What”. Primeiro, quem. Depois, o que fazer.


Muitas vezes, as empresas reúnem uma equipe sem a condição técnica necessária para planejar. O que fazer então, senhor empresário? Antes de planejar, capacitar sua equipe ou contratar outros, solução normalmente muito difícil e pouco prudente. Capacitar também é difícil e pode render frutos apenas no médio e longo prazos. Contratar excelentes consultores no seu negócio ou simplesmente gente do mercado que possa ajudá-lo e misturá-los com sua equipe interna parece ser a melhor saída. Poucos utilizam esta saída. Aliás, muitos nem consideram qualquer solução. Planejam as melhores técnicas com profissionais que podem não ter preparo para executá-las. Não é coerente.


Planejamento não é um jogo de adivinhação ou uma sessão de palpites. Definitivamente, o brainstorming é ferramenta ultrapassada de amadores. Profissionais modernos utilizam ciência, ou seja, dados, fatos, evidências, análise. Quando o planejamento é deficiente, tudo o mais é deficiente. Li uma entrevista do Lula (28/10) sobre a criminalidade no Rio. Disse o presidente: “o problema (o crime) é difícil, senão já teriam resolvido...bandidos são pessoas anormais, pegam em armas e se movimentam muito, o que torna a situação muito complicada para pessoas normais como nós, que não pegam em armas. Mas vamos resolver”. Ao ler a entrevista, lembrei-me de alguns gestores que conheço: eles sempre conceituam tudo novamente, afirmam que é difícil mas que vão resolver. E o tempo passa sem que os resultados cheguem. Que bandidos são assim, Pedro Álvares Cabral já sabia. Que a situação é difícil, Monteiro Lobato já havia avisado. Que metas são difíceis de alcançar, qualquer idiota sabe. Não precisamos no planejamento (ou nas entrevistas do presidente) desta conversa fiada. Precisamos da solução. Mas por que uns e outros praticam a conversa boba? A resposta é muito simples: porque não sabem a solução e porque precisam dizer algo. Enfiaram um microfone na boca do presidente e ele tinha que dizer algo. Colocaram o gerente dentro da sala de planejamento, ele tinha que dizer algo. Seria cômico, não fosse trágico. O método de planejamento estratégico não vai funcionar se for utilizado por pessoas sem preparo. Uma Ferrari não anda direito pilotada por um carroceiro. Algo mais ou menos assim.


Começar o planejamento pelos donos com ajuda externa e avaliação da equipe. Preparar a solução para cobrir as deficiências da equipe. Somente depois, usar SWOT, definir Visão etc. Não é à toa que a maioria dos planejamentos estratégicos não passa de uma piada.


Paulo Ricardo Mubarack (consultor de gestão)