GERAÇÃO “A”

por Paulo Ricardo Mubarack

Trabalham sem agenda e esquecem compromissos com frequência. Não atendem telefonemas e não dão retorno. Preferem usar e-mails e torpedos para assuntos delicados, ignorando que este tipo de matéria precisa ser tratado cara a cara. Cometem erros que me lembram da célebre frase de Mr. Burrhus Frederic Skinner (psicólogo americano – 1904 – 1990): “O problema não é saber se as máquinas pensam, mas se os homens pensam”. Desconhecem fundamentos de etiqueta, disciplina e respeito. Não valorizam adequadamente o trabalho e falam muito em “qualidade de vida”. Odeiam pressão e desabam emocionalmente a cada momento.

Estou falando sobre a geração “A”, a geração dos ABOBADOS. Nada de ficar filosofando sobre as gerações Baby Boomer, X, Y ou Z. Acho este papo muito fraco. Há certos fundamentos que são atemporais, como todos aqueles que citei acima: usar agenda, dar retorno, cumprimentar, tratar assuntos delicados pessoalmente, valorizar o trabalho, ser disciplinado. Certamente válidos desde o império egípcio ou romano, desmontam qualquer teoria com letrinhas do alfabeto ou siglas marqueteiras.

Não associo estupidamente a geração A à data de nascimento, embora a maioria dos que se mostram dentro deste perfil seja jovem. Diante da geração de ABOBADOS, as empresas precisam terminar de criá-los. São mal ensinados na escola fundamental e média e nas universidades. Os professores não respeitam currículos nem horários e as férias são imensas. Vive-se o Ambiente de Presídio, onde o herói é o carinha que esculhamba com a aula e onde impera o deboche. A geração A não aprende, portanto, os fundamentos na escola. Também não tem berço. Seus membros pertencem a famílias sem educação e, muitas vezes, desestruturadas. Com poucos ou sem fundamentos e, pela idade, achando que têm muitas opções, a geração A desperdiça oportunidades, arrasa as próprias vidas e dilapida as empresas por onde passa.

Quando estou diante de alguns profissionais que agem constantemente de forma burra, improdutiva e maldosa, eu penso na história de vida destas pessoas. Normalmente, estudaram em escolas ruins ou médias, eram maus alunos, fugiram no vestibular das áreas exatas (matemática), têm uma formação deficiente em lógica e matemática, sabem pouco português e inglês, têm dificuldades básicas porque carecem de fundamentos, formaram-se em outras escolas ruins com professores covardes e incapazes e já passaram por duas ou três péssimas empresas, onde continuaram não aprendendo nada. Passaram por empresas péssimas porque são as únicas que os aceitariam com aquele “perfilzinho”. Agora, em um ambiente talvez um pouco melhor, não conseguem se impor pelo trabalho e pela técnica e tornam-se maus, recorrendo a fofocas e a subterfúgios para sobreviver. Esta é uma triste realidade, aliás: o fato de ser um mau profissional muitas vezes piora o caráter de um ser humano, o que é uma lástima!

Sempre afirmo que o principal processo de uma empresa é recrutamento e seleção. Se você empregar um profissional da geração A, você vai rasgar muito dinheiro e consumir muita energia até dar um jeito na situação.

Um pensamento complementar: A pior afirmação que podemos fazer para nossos filhos e para nossos jovens é a de que eles têm muito tempo e a vida toda pela frente. Esta crença na abundância de tempo pode levá-los às raias da irresponsabilidade. O tempo passa muito rápido, a vida é muito curta e ninguém pode desperdiçar nem um segundo.

Paulo Ricardo Mubarack

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